"Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas." Malaquias 3:8
Curiosamente, não falarei aqui sobre dízimo ou oferta. Dessa vez, quero abordar o tema de como Deus corrige as pessoas. Um dia, eu estava comendo no restaurante da universidade e comecei a me lembrar de alguns hábitos que tive ao longo da vida para comer. Sempre gostei de comer de colher porque enche mais a boca e dá para pegar o caldo. Mas normalmente, os restaurantes não oferecem colheres e é feio encher a boca quando se está comendo em público, segundo uma convenção social.
Comecei então a imaginar diversas situações com pessoas que não sabem se portar em uma mesa fazendo essas mesmas coisas que mencionei. Imagine-se comendo ao lado de alguém que come assim, o que e como você faria? Alguns de nós iríamos agir com estranheza, desconforto e até desprezo. Outros podem ser um pouco mais ativos e corrigir aquela pessoa ali mesmo, no Brasil, provavelmente uma dose de sarcasmo ou uma piada seriam ingredientes certos. Mas se a pessoa não aprendeu a se comportar, não seria interessante alguém ensiná-la com paciência ali mesmo? Ou esperar para conversar sobre o assunto depois da refeição? Seriam opções.
Geralmente, o ser humano tem dificuldade de corrigir o outro. Muitas vezes não temos muita paciência, e nos esquecemos de que um dia, nós mesmos não sabíamos algo e nos assustamos (por pura ignorância) ao ver alguém que não sabe disso ou daquilo que nós mesmos um dia não sabíamos. Hoje em dia já existe muito material interessante que pode nos auxiliar a corrigir, quer seja uma criança, um funcionário, um familiar ou um amigo, mesmo assim, sabemos que é muito difícil ser cem por cento assertivo, uma vez que cada pessoa também tem cognições e reações diferentes à correção.
Deus corrige de forma diferente e nos ensina como corrigir. Ele começa com uma pergunta: Roubará o homem à Deus? Veja bem, o primeiro passo de uma boa correção: Introduzir o assunto. Assim, a pessoa corrigida irá começar a entender do que se trata. Uma resposta óbvia à essa pergunta seria: Não, Deus castigaria. Nesta resposta, está exposta a correção humana de que quem faz algo errado, deve ser imediatamente punido. Mas e se a pessoa errou sem querer, ou sem saber? Não importa, vai aprender depois da surra!
Depois desta introdução, Deus agora diz: "Todavia vós me roubais e dizeis: em que te roubamos?". Segundo passo: mostrar que por mais que a pessoa seja inocente, o erro dela está prejudicando alguém. É como se Deus dissesse: "Eu sei que você não sabia disso, mas agora vou te ensinar porque é um erro fazer isso". Nesta segunda frase, Deus mostra que o erro está mais perto da pessoa do que ela imaginava.
Agora vem a pior parte, que é a de apontar o erro do outro. Deus é bem claro e objetivo ao dizer qual é o erro do sujeito. A grande diferença de nós e Deus, é que ao chegar neste estágio, Deus já havia preparado o coração da pessoa. Ao contrário de Deus, primeiro acusamos e depois tentemos justificar. A ordem cronológica de Deus é: ilustrar uma situação, mostrar que estamos próximos à esta ilustração, mostrar que somos o personagem principal desta ilustração.
Podemos ver esta estrutura de correção no caso em que o profeta Natã corrigiu o rei Davi após ter cometido adultério com Bate-Seba e homicídio com Urias (2 Samuel 11 e 12). Podemos ver também a mesma estrutura quando Deus procura Adão e Eva após terem desobedecido Sua ordem de não tocar no fruto do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 3). Precisamos aprender a tratar bem e amar as pessoas. Imagine como não poderíamos melhorar nossos relacionamentos com as pessoas ao nosso redor? Quando aprendemos a amar, a última coisa que podemos querer é machucar quem amamos.
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