Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Mateus 18:6
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no dia 20 de julho de 2023, revelam que o ano de 2022 foi um ano com maior número de estupros registrados e de vulneráveis da história, somando quase 75.000 vítimas. Já não tão alarmante para quem acompanha as notícias, 86,1% destes casos ocorreram por parte de familiares ou conhecidos das vítimas, sendo que, em média, 68,3% ocorreram na residência da própria vítima.
Considerado crime hediondo, o crime de estupro é, sem dúvidas, um dos crimes violentos que sempre esteve presente na história da humanidade. Na Bíblia, ocorrem diversas situações que apresentam este crime e, embora não seja muito falado, até porque não era este o objetivo da Bíblia na época em que foi escrita, o crime de estupro era tão presente nas sociedades devido à vulnerabilidade da vida nas cidades ou tribos, acontecendo durante invasões, guerras e disputas.
Embora algumas soluções para os que cometiam este crime na Bíblia sejam totalmente inadequadas para os nossos dias (como a do estuprador se casar com a vítima, Deuteronômio 22:28-29), algumas soluções também representavam o anseio da sociedade atual (pena de morte Deuteronômio 22:25-27). No meio do povo de Deus, este pecado e crime não deveriam estar presentes, por isso o próprio Deus alertou sobre o crime e determinou as consequências.
As mulheres judias na história também sofreram muito com estupros, tanto que a definição mais recente do Judaísmo sobre quem é um judeu diz que judeu é aquele ou aquela nascido de mãe judia, uma vez que talvez após a destruição do segundo templo pelos Romanos ou na época das Cruzadas tenham havido tantos estupros que era praticamente impossível determinar quem era o pai da criança. Então, diferente da tradição judaica bíblica que determina o judeu como filho de um pai judeu, agora o judeu é determinado pela mãe.
Com essas novas estatísticas, percebemos, portanto, que também não estamos tão distantes de um período bárbaro, onde havia estupros, crimes hediondos a torto e a direito. Mas o que chama a atenção para a realidade do Brasil é o fato de o número de evangélicos ter explodido nos últimos anos, chegando a mais de 30% da população brasileira. Ou seja, essas duas realidades deveriam apresentar valores inversamente proporcionais. Porém, à medida que cresce o número de evangélicos, cresce também o número de crimes hediondos. Claro que não estou fazendo uma associação direta de que os cristãos evangélicos são os responsáveis pelos crimes, mas indiretamente nos presídios a maioria dos presos vieram de lares evangélicos. E finalizo este texto com a seguinte reflexão: com essas estatísticas, é de fato seguro que apenas as famílias se responsabilizem pela educação sexual das crianças brasileiras, sendo que é em seu próprio lar onde estas estão sendo violadas?
Fontes: