“Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos
menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos
céus". Mateus 5:17
Todos nós tivemos ou temos aquela dúvida sobre se alguma coisa é
pecado ou não. Não é errado ter esse tipo de dúvida, mas certas atitudes diante
de dúvidas como essas são realmente vergonhosas. Digo isso em relação a pessoas
que ao invés de buscarem uma forma de pesquisar ou refletir sobre essas
dúvidas, esperam respostas prontas de pessoas que elas acham que devem saber
todas as respostas. Mas este fato é lamentável, visto que todas as questões
sobre pecado não precisam nem mesmo de livros de autores acadêmicos ou
religiosos... está tudo na Bíblia, se você tem dúvidas, leia que você descobre.
É claro que não posso aqui afirmar que tudo é simples de entender, mas a
matéria prima está ali, dali, com um pouquinho de pesquisa, conversas, leitura
e atenção você sai entendendo bem.
Recentemente participei de uma roda de conversa que era um bate papo
de perguntas e respostas. As pessoas perguntavam e os pastores ali respondiam.
O somatório foi bom, mas começou muito ruim. Isso porque quando as perguntas
começaram, o nível não era nem fácil nem iniciante, era nível inacreditável. Os
pastores foram bombardeados com uma série de perguntas do tipo: isso é pecado?
Aquilo é pecado? E tal coisa? Eu sou adventista do sétimo dia, e ali eu entendi
o que conversando com um colega, certa vez ouvi... Sua então namorada, que não
era adventista, ficou decepcionada com os tipos de perguntas de jovens
adventistas em uma roda dessas que participei, ela não entendia como que jovens
adventistas ainda se perguntavam se o cristão pode ir ao cinema. Realmente,
isso é estarrecedor.
Não podemos ignorar o fato de que esse tipo de pensamento ainda é um
pensamento muito católico. Falo isso não por menosprezar os católicos, mas
baseado em observação, história e relatos de católicos que conheço mesmo. No
catolicismo é mais evidente uma preocupação com o ato em si, tanto que a própria
Igreja Católica criou “os sete pecados capitais” e esse termo é tão levado a
sério que muita gente parece acreditar que só esses sete é que podem nos fazer
perder a salvação.
Para entender o que é pecado, primeiramente é necessário entendermos o
que é pecado. Segundo 1 João 3:4 “o pecado é a transgressão da lei”. Com esta
definição tão nítida, como ainda podemos ter dúvidas sobre o que é pecado?
Novamente, não quero menosprezar os católicos, porque sobre os “sete pecados
capitais” eles estão certíssimos, mas segundo a Bíblia, não são simplesmente
sete coisas que fazemos ou deixamos de fazer que nos tornam pecadores. O
pecado, aos olhos de Deus é simplesmente um crime. Os crimes que conhecemos ou
que elegemos como crimes, muitos são pecados mesmo, mas tem coisas que
consideramos crime que Deus não considera como pecado (como homicídio culposo)
e tem coisa que não consideramos crime que Deus considera pecado (como
sentir-se mal pelo sucesso do outro).
Os sete pecados capitais ficam pra trás porque só na lei de Deus, há
no mínimo dez pecados, porque são dez mandamentos, transgredir a um desses
mandamentos “posto que dos menores” (Mateus 5:17) nos faz pecadores (lembrando
que não somos pecadores porque cometemos atos pecaminosos, mas cometemos atos
pecaminosos porque somos pecadores). Tendo em vista esse conceito, podemos
perceber portanto que se o pecado é a transgressão da lei de Deus, podem haver
coisas que são pecados para mim e não são pecados para você. Por exemplo:
assistir televisão é pecado? Pode ser que você assista sem pecar, mas o que eu
assisto me faz transgredir a lei de Deus, então, eu peco assistindo televisão e
você não. Esse pensamento, creio que é o certo, mas precisamos ter cuidado para
não deixarmos que ele caia para um relativismo barato. O pecado não sou eu quem
defino, é a lei de Deus. Então, tudo o que nos faz transgredir que é pecado e
não se eu sinto ou não dor na consciência... como Foucault diz no livro Vigiar
e Punir: pode ser que um criminoso seja tão cara de pau que consiga enganar com
argumentos de que não foi ele quem cometeu o crime, como um inocente assumir um
crime por temor de sofrimentos maiores... Então não confie que o que você faz
ou deixa de fazer é pecado, nem se não é pecado. Sempre desconfie! O
relativismo é questionar se estou ou não errado, não querer impor minhas
verdades, ainda que contraditórias.
Curta nossa PÁGINA NO FACEBOOK e conheça nosso site: www.rodrik.esy.es
Nenhum comentário:
Postar um comentário