"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". - João 12:24
Eu sempre gostava de conversar com um senhor, ele tinha muitas histórias para contar. Uma das que achei mais engraçadas foi a de que certo dia, ele foi ao velório de uma pessoa, quando chegou na sala da casa, lá estava o caixão sendo velado e várias pessoas chorando por ali. Ele se dirigiu à outro cômodo quando sem querer esbarrou no caixão e o morto caiu, pelo reflexo, ele correu para segurar o morto, mas a sala que estava cheia de chorosos, esvaziou num piscar de olhos, todo mundo saiu correndo de medo e ele ficou lá abraçado ao morto e pedindo que alguém o viesse ajudar.
Provavelmente você já ouviu a expressão: “só passando pelo meu cadáver”. Esta expressão diz que só permitiremos que a outra pessoa faça o que ela quer se ela nos matar ou se morrermos primeiro, porque até onde sabemos, morto não faz nada... morto não reclama de calor, não reclama de frio, morto não se irrita e nem exige nada. Muitas pessoas tem medo de mortos, mas todos sabemos que o morto não faz nada, ou você já viu algum morto fazer?
Quando esteve na terra, Jesus falou de dois tipos de mortos, e dois tipos de mortos que fazem coisas, imagina! Mas acabamos de concordar que morto não faz nada... o primeiro tipo de morto que Jesus disse que existe, são os mortos espirituais, esses são os mortos que andam por aí como zumbis muitos, cometendo maldades, mas Jesus advertiu que nós não devemos ter medo deles, eles podem até nos tirar a vida, porém não podem matar a alma, Jesus encerra esta advertência nos alertando de que se formos ter medo, que tenhamos de quem pode matar o corpo e a alma (Mateus 10:28; Lucas 9:60).
O segundo tipo de morto que Jesus apresentou quando esteve na terra, foram os mortos para o mundo, como em João 12:24. Por incrível que pareça, esses mortos fazem muitas coisas, e inclusive, agradam a Deus (João 15:5), porque são como sementes, que se morrem, vem a gerar nova vida, através da planta e dos frutos. A palavra é frutificar. Muitas pessoas estão em busca do que é cristianismo genuíno, e aqui está a resposta: cristianismo genuíno é morrer para o mundo. Quando morremos para o mundo, para os nossos interesses, particulares e egoístas, então passamos a frutificar, e quem frutifica, dá sinais de que está ligado à videira, que é o próprio Jesus. Mas quem não morre, diz o verso 24: fica só, vive pra si, não é interessante para o reino de Deus.
Na história bíblica, as pessoas que de fato agradaram a Deus foram pessoas que abriram mão de seus interesses pessoais e como mortos, aceitaram ser levados para onde Deus quis, e assim, frutificaram, alguns mais, outros menos, mas o importante é frutificar, esta é a meta. José foi um bom exemplo disso, por sua obediência e submissão, por onde ele andava, prosperava, ou seja, dava frutos, e todos viam isso. Mas hoje em dia, os professos cristãos tem desejado viver uma vida de desobediência, de egoísmo, e isso só nos afasta do alvo, isso nos faz ser cortados da videira verdadeira, porque não produz frutos para o reino, e são cortados e lançados no fogo, porque não prestam (João 15:6). No final, este mundo é um cemitério. É morto para todo lado.
Ou você é um morto espiritual, ou você é um morto para o mundo. Um está morto em seus delitos e pecados, o outro, morreu para viver e gerar vida. A boa notícia para os mortos espirituais, é que não importa a condição que você esteja, se é um morto recente, como a filha de Jairo; se é um morto que todos ao seu redor já notaram, como o filho da viúva; ou se é um morto que ninguém mais quer chegar perto, como Lázaro, porque o pecado já o fez ficar insuportável; Jesus ressuscitou estes três e provou que não há estado, por crítico que pareça, que Ele não possa restaurar. Para os mortos para o mundo, a boa notícia é que seu galardão, sua coroa está só aguardando você, mas tem que permanecer! Se você costumava dizer que não faria algo “nem morto”, acostume-se a dizer: só morto! Porque é somente morrendo para o mundo que começamos a viver para o Céu.
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